Informação sobre tendinite, causas, sintomas e tratamento da tendinite, com diagnóstico da tendinite Aquiles, de De Quervain, patelar e outras.


Tratamento da tendinite

A história clínica e o exame físico podem confirmar o diagnóstico. O principal exame que colabora com o diagnóstico é a ressonância magnética.
O tratamento é difícil e pode demorar meses ou anos. O tratamento recomendado depende da intensidade da lesão.
Em um primeiro momento são utilizados antiinflamatórios, analgésicos e fisioterapia. As injeções locais de corticóides também podem ser recomendadas. A evitação de atividades de esforço também é imperativa.
Em casos rebeldes e em rupturas pode ser utilizada a cirurgia.

Prevenção de tendinites e bursites

As medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades de saúde incluem pausas para descanso, diminuição da sobrecarga muscular, diversificação das tarefas e adequação ergonômica do mobiliário, máquinas e ferramentas.
O tratamento está baseado na causa em si. Repouso e posicionamento correto durante atividades traumatizantes é importante para prevenir lesões reincidentes. O uso de talas de plástico na área afetada e a fisioterapia ajudam na melhoria da dor aguda e os antiinflamatórios ajudam no controle do processo inflamatório.
Pausas de descanso que propiciam não só entretenimento e alívio do stress, como exercício isométrico dos músculos, constituindo-se, assim, numa prevenção eficaz das L.E.R.
Uma vez controlada a crise aguda, deve ser iniciado o trabalho de prevenção e correção da postura, principal fator que causa as inflamações. Melhorar a ergonomia e a qualidade muscular são fundamentais no sentido de prevenir novas lesões ou recorrência das antigas.
Os casos mais graves requerem, em geral, cirurgia mais a combinação de descanso, medicação, fisioterapia e terapia ocupacional, que tem alcançado grande taxa de sucesso nos casos menos graves.

Bursites

Bursite é a inflamação ou irritação de uma bursa. A bursa é um pequeno saco localizado entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões, e tem por finalidade permitir e facilitar um melhor deslizamento entre as estruturas.
Comumente é causada por um trauma local ou "excesso de uso" durante o trabalho ou um jogo, particularmente se o paciente tem um mau condicionamento físico, má postura ou usa o membro afetado em uma posição forçada e desajeitada.
A tendinite, a Bursite e a Síndrome do Túnel do Carpo pertencem ao grupo das afecções conhecidas como Lesões por Esforços Repetitivos (L.E.R.), porque derivam da manutenção de postura inadequada e/ou uso repetitivo e/ou forçado de grupos musculares. Afetam os braços, ombros, pescoço, cotovelos, punhos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés.
As L.E.R. constituem um grupo de doenças profissionais altamente incapacitantes, motivo porque vêm chamando a atenção de médicos e empregadores.

Sintomas de tendinite

Os sintomas podem variar desde dor e calor, queimação e vermelhidão ao redor do tendão lesionado.
Geralmente a tendinite ocasiona uma limitação funcional da articulação do corpo envolvida; por exemplo, nas lesões tendíneas do ombro o paciente apresenta dificuldade para realizar as manobras de rotação e abdução do ombro.
Com esta condição, a dor piora com os esforços físicos e melhora com o repouso articular.
Pode ocorrer a ruptura do tendão em situações de estresse crônico do tendão, sendo menos comum em situações agudas.
Na maioria dos casos o diagnóstico é clínico, sendo necessário apenas o exame articular realizado por um médico especializado, sendo de fácil diagnóstico. Em alguns casos a realização de um exame de imagem auxilia o médico para determinar o grau de extensão da lesão, sendo a ultrassonografia de partes moles e a ressonância magnética nuclear úteis Lembrando que o simples exame clínico confirma o diagnóstico na maior parte dos casos. 

Causas de tendinite

Existem inúmeras causas que acarretam a inflamação do tendão, como por exemplo, as lesões por esforços repetitivos, excesso de força, traumas locais e doenças sistêmicas, sendo as doenças reumatológicas as mais frequentes. Podem ser agudas, de início rápido com dor, calor local e geralmente autolimitadas; e crônicas onde por processos repetidos ocorre o enfraquecimento e perda de flexibilidade gradativos do tecido tendíneo.
Os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento das tendinites incluem idade avançada, ocupacionais (movimentos repetitivos, trabalhos com carga) e atividades esportivas (tênis, futebol, beisebol, voleibol). As tendinites mais comuns são a do manguito rotador (ombro), a epicondilite (cotovelo), do punho (Quervain), a tendinite patelar e da pata de ganso (joelho) e a tendinite de Aquiles (tornozelo). 

Tratamento para tendinite tibial posterior

Pode-se utilizar os seguintes métodos para tratar esse tipo de lesão:
  • Aplicar terapia fria para reduzir a dor (crioterapia, com gelo);
  • Alongar os músculos na parte de trás da perna (panturrilha);
  • Consultar um profissional especialista em esportes, de preferência seu professor;
  • Aplicar eletroterapia como ultrassom para ajudar com a dor;
  • Aplicar técnicas de massagem desportiva ao longo do tendão e músculo;
  • Se aconselhar sobre exercícios para fortalecer o músculo e tendão tibial posterior;
  • Prescrever palmilha se necessário para corrigir a biomecânica do pé;
  • Reparação cirúrgica (em caso de rompimento do tendão).

Tendinite do tibial posterior

O que é tendinite do tibial posterior?- O músculo tibial posterior passa pela parte posterior da perna e sob o maléolo medial (proeminência óssea do lado de dentro do tornozelo).
Ele está na superfície inferior interna dos ossos navicular e cuniforme e na base do segundo ao quinto metatarso do pé.
É um tendão usado para a flexão plantar do pé (como se apoiar nos dedos) e inverter o pé (para dentro). Esta é uma lesão de esforço (overtraining e overuse) e é causada devido à degeneração do tendão, podendo levar a uma inflamação aguda se não tratada em seus primeiros sintomas de dor.
Pode haver uma avulsão parcial (onde o tendão se afasta do osso) no anexo ao osso navicular. Quando as lesões do tibial posterior não forem tratadas em sua fase inicial ele pode resultar na insuficiência do músculo e uma condição chamada de síndrome tibial posterior ou disfunção. Isso resulta em arcos caídos, ou pés planos.
As principais causas deste tipo de lesão são o alongamento prolongado do pé e tornozelo em eversão (pé para fora) ou pronação excessiva.

Os sintomas de tendinite tibial posterior são:
  • Dor na parte interna do pé que pode irradiar ao longo da linha do tendão;
  • Dor agravada pela eversão ( forçar o pé para fora ) ou inversão ( forçar o pé para dentro );
  • Crepitação (ranger no tendão quando ele se move);
  • Dor durante e/ou após a corrida na região.

Tendinite de Aquiles

Tendinite de Aquiles é a inflamação do tendão de Aquiles, sendo representada por dor na parte posterior do tornozelo. Caracteriza-se por maior intensidade de dor ao despertar, ao apoiar o calcanhar no chão, ao usar salto ou ao andar na ponta do pé. Pode haver rompimento do tendão. É importante que o clínico conheça os principais diagnósticos diferenciais, espondiloartropatia soronegativa em pacientes jovens e esporão do calcâneo.

Tratamento da tendinite patelar

O tratamento da tendinite patelar é, geralmente, conservador ou cirúrgico.
O conservador inicia como o afastamento de atividade física, repouso, antiinflamatórios não hormonais e exercícios fisioterapêuticos, como alongamentos musculares e fortalecimentos excêntricos do quadríceps. As formas mais graves da doença, que não respondem ao tratamento conservador e que possuem áreas de degeneração tendinosa, devem ser tratadas cirurgicamente.

Tendinite patelar

O joelho é uma das maiores articulações do corpo humano e também uma das que mais sofre lesões. O joelho é formada pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia, patela, ligamentos, meniscos e tendões de músculos que o cruzam.
O joelho pode ser lesionado de várias formas por ser muito vulnerável ao trauma direto (pancadas) ou indireto (entorse), além de ser lesionado principalmente pelo excesso de uso ou uso inadequado.
A tendinite patelar está associada com mais freqüência a atividades repetitivas, ela foi primeiramente descrita em atletas de salto em altura (daí o nome de joelho do saltador), mas é quase igualmente em jogadores de basquete e vôlei.Outras denominações para tendinite patelar, tendinose patelar, apicite patelar e entesite patelar, são encontradas na literatura.
Tendinite patelar é uma inflamação do tendão patelar que se manifesta por dor na porção anterior do joelho exacerbada pelo uso ativo do quadríceps, como quando o paciente pula. A principal causa é o excesso de uso do tendão, como ocorre em lesão por corrida. O exame revela hipersensibilidade dolorosa à palpação localizada do tendão patelar.

Tendinite do supra-espinhoso

A tendinite do supra-espinhoso, também conhecida como síndrome do impacto, é ocasionada pela compressão das fibras do supraespinhoso pelo acrômio ao realizar a abdução do braço acima de 45º.
Tenossinovite é uma inflamação inespecífica  das bainhas tendinosas,  em volta dos punhos, tornozelos ou ombros e pode ser de inúmeras etiologias, até mesmo ocupacional. 
Se a doença for inicial, pode ser interrompida e impedida de progredir, tendo um ótimo prognóstico. 
Bandagem funcional é uma técnica que tem por objetivo modificar a mecânica  dos segmentos alterados e/ou não rígidos, proporcionando repouso às estruturas danificadas, reforçando os aspectos com alterações estruturais e/ou fisiológica, melhorando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a função deficitária sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados com as bandagens. 
Experiências mostram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas. A bandagem funcional auxilia na direção dos movimentos e no alívio do stress.

Tendinite bicipital

A tendinite bicipital envolve a cabeça longa do tendão bicipital. A dor apresenta-se na parte anterior do ombro, principalmente no uso ativo do bíceps. Dor desencadeada por pressão sobre a fossa bicipital na face anterior do úmero ou por carga ativa no bíceps.
No exame físico, faz-se a manobra de Yergason, na qual o paciente com cotovelo fletido a 90 graus e antebraço pronado, solicita-se que o paciente faça supinação e flexão do cotovelo contra a resistência do examinador, gerando dor.

Tendinite do manguito rotador (incluindo tendinite do supraespinhoso)

A tendinite do manguito rotador, incluindo tendinite do supraespinhoso, geralmente são referidas por dor à abdução ativa do ombro. A tendinite do manguito rotador é a causa mais comum de ombro doloroso, geralmente devido a excesso de movimentos não-habituais do braço acima da cabeça, pinçando o tendão do manguito entre o acrômio e a cabeça do úmero, resultando na lesão. A queda sobre o braço ou ombro pode causar pinçamento agudo, ocasionalmente com laceração parcial ou completa.
Na tendinite do manguito rotador, a dor à palpação é aumentada com abdução ativa resistida do ombro. Frequentemente são relatados pelo paciente dor noturna, principalmente ao deitar-se sobre a lesão, grande limitação funcional de manhã e alguma melhora durante o dia. Dor se concentra na face lateral do ombro, podendo ser difícil para o paciente localizá-la. A tendinite do supraespinhoso representa características semelhantes, diferindo na dor que ocorre no início e no fim da abdução.
No exame físico, a amplitude de movimento passiva é completa, com maior dor na abdução ativa contra resistência do que na abdução passiva. A flexão passiva a 90 graus para frente pinça o manguito rotador inflamado e confirma o diagnóstico.

Tratamento de Epicondilite lateral do cotovelo

A maioria dos casos de epocondilite lateral do cotovelo responde bem ao tratamento conservador, apesar do longo período de evolução e de tratamento. No entanto, alguns casos não responsivos são submetidos ao tratamento cirúrgico. Não há, no entanto, consenso quanto ao momento de indicar a cirurgia.
Como a evolução natural da patologia demonstra que a melhora pode levar até um ano, a maioria dos autores indica o tratamento cirúrgico após um período não inferior a 8-12 meses de tratamento conservador, sem melhora do quadro. Não existem estudos de forte evidência que indiquem claramente o efeito do tratamento cirúrgico comparado ao placebo, no tratamento da epicondilite lateral. As técnicas publicadas baseiam-se na ressecção de tecido degenerado no extensor radial curto do carpo ou na liberação da sua inserção, por via aberta, artroscópica ou percutânea. No entanto, parece haver superioridade da tenotomia percutânea quando comparada à cirurgia aberta. A técnica artroscópica mostra-se eficaz na liberação da inserção do extensor radial curto do carpo, porém, em alguns casos em que o tecido degenerado não é adequadamente removido, produz resultados insatisfatórios.
Esta técnica é ainda criticada por violar a articulação e apresentar risco de lesão neurovascular devido à proximidade anatômica. O domínio da técnica e o conhecimento anatômico diminuem estes riscos.

Epicondilite lateral do cotovelo

A epicondilite lateral do cotovelo é a causa mais comum de dor no cotovelo observada nos consultórios. Também conhecida como “cotovelo do tenista”, a patologia é uma síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilo lateral, parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo, sendo sítio de origem dos músculos supinador do antebraço, extensores do punho e dos dedos. Apesar do termo “cotovelo do tenista”, acomete principalmente trabalhadores entre a quarta e quinta décadas de vida, e não somente tenistas.
Vários autores acreditam haver dois grupos distintos de pacientes com a patologia. Um grupo formado por pacientes jovens, atletas e que praticam intensamente atividades como tênis, squash, paddle e golfe, no qual o sobreuso é o fator preponderante.
Este grupo corresponde a cerca de 5% dos pacientes. Destes, entre 10% a 50% apresentarão, em algum momento, um quadro de epicondilite. O outro grupo corresponde a 95% dos pacientes e é representado por pessoas entre 35 e 55 anos, nas quais o início dos sintomas é relativamente incidioso. Geralmente são pessoas que exercem atividades de repetição ou esforços intensos isolados, no trabalho ou em casa. Ocorre igualmente entre os sexos e com maior frequência em brancos.
A degeneração do tendão associada a esforços de tração do músculo provoca rupturas microscópicas nas fibras do tendão, que sofrem necrose devido à falta de irrigação sangüínea, que é deficiente nesta região. A queixa mais frequente é a dor localizada na região lateral do cotovelo e antebraço, com piora ao segurar objetos pesados ou mesmo uma xícara de café cheia ou erguer uma cadeira. O diagnóstico é essencialmente clínico, com alguns testes especiais. A radiografia simples geralmente não apresenta alterações, sendo utilizada para excluir patologias ósseas. A ultra-sonografia pode ser utilizada como método complementar de diagnóstico e mais raramente é necessário o uso da ressonância magnética.